quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Algumas reflexões sobre os resultados eleitorais

TERÇA-FEIRA, 7 DE JUNHO DE 2011

1. A fórmula de José Sócrates não funcionou. E penso não mais funcionará à medida que os Portugueses forem percebendo o que se passou em Portugal nos últimos 25 anos e de como os últimos 6 anos o protagonista levou tudo a um extremo impensável.

2. A serenidade e a ponderação parecem ser a fórmula do futuro. Quer Sócrates, quer Louçã, têm relações complicadas com estes conceitos. O primeiro por défice de formação, o segundo por viver numa ilusão.

3. O voto útil funcionou. Se não funcionasse seria mais que provável que o CDS tivesse uns 14% ou 15%. O voto útil é mau para a democracia. Deveria ser líquido que o partido mais votado não seja necessariamente aquele que deve governar. As maiorias de coligação têm legitimidade para governar ainda que nenhum dos partidos que a forme obtenha o maior número de votos. Isso facilitaria a escolha de voto dos cidadãos. O acto de votar deve ser um acto de desinibição.

4. O culto do dever (CDS) ganhou ao culto do direito (BE). Portugal vai entrar numa via de produção e de parqueamento do consumo devido à imperativa reposição dos equilíbrios macroeconómicos mínimos entre produção e consumo. Sem falar na compensação que é necessário fazer sobre os dislates acumulados durante os últimos 25 anos. O CDS corporiza esses valores, e por isso tem o tempo a seu favor.

5. O centrão continua a aglutinar a maioria dos votos. 66,7% é muito socialismo. O CDS tem a obrigação de romper esta realidade no futuro, não só ir buscando votos ao PSD, como ao PS. Portugal precisa de mais uma alternativa.

6. Os Portugueses estão preparados para enfrentar o futuro e as exigências que aí vêm. Nenhum dos partidos que apresentavam facilidades, CDU, BE, e PCTP-MRPP, teve votações que expressassem uma acérrima resistência ao acordo assinado com a troika.

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