quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Compreendamo-los

DOMINGO, 5 DE SETEMBRO DE 2010

Anda tudo por aí com duplos sentimentos com os Alemães. Por um lado existem queixas que eles não consomem como deviam, ou seja, se lhes desse para o consumo isso implicaria que as exportações de todos os países da EU com isso beneficiariam e o conjunto das economias europeias sofreria um estímulo positivo. Por outro lado folgamos em saber que daquele lado a economia apresenta sinais muito sólidos devido ao facto de exportarem bastante. Como aqui já foi dito os Alemães produzem produtos que todo o mundo quer consumir, ou directamente, ou como veículo de investimentos (maquinaria, etc.).

Ora o mundo estende-se muito para além da visão europeia. E pelo mesmo continuar em crescimento, os Alemães, esses exportadores incontinentes, mantêm viva a sua fórmula de vida, que mais não é do que produzir acima do que consomem. Esta fórmula, segundo os ditames da “modernidade”, é uma pura heresia. E na sequência do seu pensamento, ou melhor, nas suas manifestações de vacuidade, exigem que o “desgraçado” Alemão consuma mais do que produz, o que mais não é do que simultaneamente perverter a fórmula de vida de um terceiro e convidá-lo a ter uma atitude que embarcou o mundo ocidental numa brutal crise de endividamento.

Claro que os ditos Alemães se recusam a ser parvos, por mais que nós tentemos encostá-los à parede. Seria bom que se percebesse bem o que ocorreu na Alemanha na década de 20 do século passado e de como isso poderá ter influenciado o seu comportamento no pós-guerra. Se a “modernidade” é assim tão “profunda” e “sensível” com o próximo, então que se dedique com amor e ternura a perceber melhor o Alemão antes de o utilizar como bode expiatório das nossas deficiências e vícios.

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