quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Nada como a realidade para dobrar a ignorância

QUARTA-FEIRA, 20 DE OUTUBRO DE 2010

Aqui há uns oito anos atrás ia defendendo que os preços da habitação um dia acabariam por começar a descer gradualmente. Sempre que defendia essa tese quase todas as vozes se erguiam em uníssono contra tamanha heresia. Diziam que terrenos e casas são bens “sempre a valorizar”, que a terra “não foge”, etc. E sempre com ares de entendidos. Timidamente, e sem ser um conhecedor profundo dos valores e séries históricas do imobiliário, ainda contra argumentava com o caso da Suécia (penso que ocorrido nos anos 60) e do Japão (desde 1990). De pouco servia. A arrogância seguia imparável.

Hoje a rádio Irlandesa noticiava que os preços das casas na Irlanda estão ao nível dos preços de 2002. E que nos primeiros nove meses do ano os preços desceram, em média, 12,5% relativamente ao ano anterior. Noticiavam também que o preço médio das casas é actualmente de 200.000 euros quando no pico máximo foi de 310.000 euros.

Comentando a notícia com alguns Irlandeses estes diziam-me que os preços ainda vão descer mais. Não sei se o vão ou não, mas pelo menos a realidade tem demonstrado ser mais forte do que frases soltas com bases pouco sólidas. Enfim, mais uma situação em que verifico que em Portugal a ignorância tende a falar demasiado alto, especialmente quando encontra interlocutores com alguma dose de modéstia nas opiniões que formulam.

Não há nada como a realidade para dobrar a ignorância e colocá-la no seu devido lugar.

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