quinta-feira, 27 de outubro de 2011

País de eventos sim, mas dos pequenos, não dos grandes

QUINTA-FEIRA, 9 DE DEZEMBRO DE 2010

Penso que Portugal deve ser um país de eventos. Não propriamente para organizar campeonatos do mundo de futebol ou Jogos Olímpicos. Mas sim um país para organizar todo um conjunto de eventos que por aí existem nesse mundo a uma escala muito mais pequena. E se o defendo é pelas seguintes razões fundamentais:

1. Eventos pequenos sobressaltam menos um país pelo facto de o final do mesmo ser compensado pelo começo de um qualquer outro evento.

2. Não existem desculpas para estoirar dinheiro dos contribuintes a torto e a direito. Nos pequenos eventos cada um paga a sua conta.

3. Abrangência de um leque maior de destinatários devido à infinidade de eventos existentes neste mundo.

4. Realização de algo onde somos extraordinários: o afável e fácil relacionamento com o Outro. Reitero o que já tenho escrito, a Globalização é o nosso meio natural.

Cumulativamente existe outra razão de índole mais conjuntural. Nos próximos 30 anos não temos a mínima hipótese de concorrer em muitos mais sectores da economia. E para “Eventos” não é preciso muito. Precisamos de um sorriso na cara, relação afável com o Outro, sol, boa comida, gostar que o estrangeiro diga bem de nós (somos o número 1 do mundo neste capítulo), e espante-se, modéstia. E por vezes bom senso gastronómico. Como escreveu uma vez um conhecido apreciador de vinhos da nossa praça, há que não optar pela linha dura e pôr um Finlandês a comer pezinhos de coentrada.

Se no meio disto aparece um político tonto na fotografia, bom, isso só significa que a expectativa tem reflexo na realidade. Em qualquer fotografia de cerimónia há sempre aquele que aparece meio deslocado, e nada como um político da estirpe dos Sócrates para confirmar este princípio de forma inequívoca e perfeitamente identificável.

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