quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Porque é que os juros cobrados a Portugal para a contracção / renovação de dívida sobem?

QUINTA-FEIRA, 17 DE MARÇO DE 2011

O vulgar cidadão percepciona que a alta finança é algo de muito complexo. E tem razão. É realmente algo complexo e que requer pessoas com muito boa formação. Mas curiosamente a questão do contínuo aumento dos juros cobrados a Portugal é muito simples de explicar. Não é preciso ser-se muito letrado em finança. Os juros continuam a aumentar porque:

1. Vivemos em défice e acima das possibilidades há 25 anos.

2. Não queremos mudar de vida, acreditando que podemos viver em défice eternamente.

3. Decorrente dos dois pontos anteriores o possuirmos uma economia “torta”, ou seja, toda ela voltada para o consumo e para organização do mesmo.

4. Muitas das nossas exportações terem como principais competidores os países que estão precisamente a começar a dar muitas cartas neste jogo global que é a globalização.

5. Um dos principais compradores de Portugal, a Espanha, estar de “férias prolongadas” em termos de capacidade aquisitiva.

Existirão ainda outros motivos que irão piorar a fotografia, e que neste momento ainda não são totalmente percepcionados pelos credores internacionais (da mesma forma que os acima indicados só recentemente foram por eles percepcionados). Listarei os seguintes:

1. Suicídio demográfico em curso. Para um nível estável de produtividade, que é o que se verifica há muito tempo, isso significa que a dívida por habitante subirá naturalmente, ainda que doravante tenhamos défices nulos.

2. Se, como se espera, ocorrer de novo um grande surto de emigração, acentuando ainda mais o problema do primeiro ponto.

3. A real percepção por parte dos credores que temos “sangue” socialista por toda a sociedade. Ou seja, o Português ver o Estado, por via do seu orçamento, quase como a única entidade que lhe pode trazer todos os proventos. Desengane-se quem pensa que o PSD está de fora desta lógica. Até desconfio que parte do CDS assim pensa.

Há que começar a lutar para que estes três novos pontos não comecem a entrar na equação dos nossos credores. Para isso há que actuar fortemente sobre os primeiros cinco, já que os mesmos mais não são do que os geradores destes últimos.

Nota: o que o actual governo socialista diz a respeito dos motivos dos continuados altos juros devem ser considerados disparates típicos de pessoas não preparadas para a modalidade da Governação.

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