quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Portugal, solução (13)

TERÇA-FEIRA, 28 DE DEZEMBRO DE 2010

Portugal, o ponto de partida para a tua solução na educação já tem nome. Chama-se: cheque educação. A ideia não é nova. Basicamente consiste em entregares um cheque num determinado valor a cada encarregado de educação por cada filho. Este cheque será nominativo (com o nome do filho) e só poderá ser utilizado para comprar o serviço de educação numa escola aprovada pelo ministério. Os pais por sua vez serão livres de colocar os seus filhos nas escolas que entenderem ser aquelas que melhor podem servir os projectos educativos que têm para os seus filhos.

As escolas terão de ser dotadas de autonomia acrescida, sendo que o director máximo passaria a deter o poder de escolher os professores que bem entender, bem como aceitar os alunos que bem entender. O seu sucesso dependerá da sua capacidade de obtenção de resultados. As suas receitas dependerão da sua capacidade de atrair alunos, e isso dependerá da maneira como souber criar valor com base no modo de combinação de recursos que terá a possibilidade de escolher. Neste modelo os professores terão todo o estímulo na adopção de mecanismos que, continuadamente, lhes permitam melhorar a sua performance de modo a pretenderem sempre seguir no pelotão da frente. Assim se vai eleva a qualidade do ensino em geral.

Os pais, de cheque na mão, sentirão o poder nas suas mãos e gozarão sentimentos de liberdade, e, ao “votar” com as suas escolhas, emanarão os sinais necessários que fazem dos “sistemas abertos” aqueles onde o feedback potencia a melhoria dos bens e serviços prestados.

Portugal, terás alunos inteirados de que a sua inclusão da escola depende do seu comportamento, pelo que passarão com naturalidade a ter comportamentos necessários à sua correcta formação como cidadãos. Bordoada nos professores e atitudes menos próprias passarão a ser parte do passado e objecto de estudo por parte no analista social quando estudar o método de ensino no “antigamente”.

Todo este mecanismo, baseado na Responsabilidade, tratará de extrair o melhor que existe dentro de cada participante no processo: alunos, pais, professores, direcção da escola, e ministério da educação. Se cada um cumprir somente a sua função, grandes passos serão dados.

Portugal, é muito provável que este sistema não responda com sucesso aos casos mais complicados. Mas não é expectável a criação de modelos que respondam a 100% a todas as situações geradas pelas naturais complexidades dos sistemas sociais. Se o modelo responder com sucesso a 80% a 90% do nosso tecido educativo isso já seria muito bom… e muito mais barato.

Quanto aos casos mais complicados, escolas especiais teriam de ser criadas. Que não falte apoio aos casos mais complicados ao nível de equipas multidisciplinares. Assim que estas crianças / adolescentes estiverem em boas condições comportamentais então poder-se-á proceder à sua migração para as outras escolas. Trate-se o que é específico sem complexos e com a especificidade requerida. E lembremo-nos, com o que se pouparia com o cheque-educação poder-se-ia financiar este tipo de acompanhamento específico.

Portugal, não podes deixar que o corporativismo e os burocratas te dizimem. A educação de hoje não é mais que a tua fotografia no futuro. Não há professor ou burocrata que possa impedir o que tem de ser feito.

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