quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quando os resultados dos bancos correm mal…

SEGUNDA-FEIRA, 18 DE OUTUBRO DE 2010

Quando os resultados dos bancos correm mal as coisas podem ficar muito feias. Muito mais do que podemos imaginar, mesmo para quem está habituado a lidar com números de uma certa grandeza. Tomemos como exemplo o principal banco da Irlanda. Iam os nossos companheiros europeus Irlandeses com um défice de 8%, o equivalente ao nosso défice actual, quando os contribuintes tiveram a triste notícia que afinal o défice saltou para 32% em resultado de um contributo muito especial de uns investimentos que “correram mal” efectuados pela banca.

25% do que se produz anualmente num país correspondente a investimentos que “correram mal” e que devem ser cobertos pelos contribuintes é um sarilho dos diabos. Equivale “somente” a ¼ do que o que um país produziu num ano. Por isso rezo e regozijo-me quando vejo os bancos de Portugal com lucros. Se são taxados a 25%, 20% ou 10% é coisa que me incomoda pouco. A história recente até convidará a reflectir que baixas taxas sobre os lucros potenciarão maiores lucros no futuro o que resulta em mais colecta (prefiro taxar 15% sobre 1000 do que 30% sobre 300). O que me incomoda mais é pensar que ¼ do que Portugal produziu num ano tem que ser pago nos próximos anos com os impostos dos Portugueses porque alguns investimentos “correram mal”.

O ataque aos bancos é geralmente feito por demagogos e invejosos. Espécies desta natureza não faltam em Portugal, pelo que não é de estranhar que esse discurso tenha sucesso. Especialmente se tiverem a ajuda preciosa de banqueiros que se embriagam (BPP) ou que aldrabam (BPN), e bancários egocentristas e megalómanos (BCP). Mas isto são casos pontuais, que aliás existirão noutros sectores também. Imperfeições. No fundo no fundo são homens e mulheres.

Muito pragmaticamente, e independentemente da opinião que possamos ter de banqueiros e bancários, há uma coisa que eu sei: não quero a banca com prejuízos. Venha a supervisão que vier ou que seja necessária, queixem-se os banqueiros e bancários com isso se o entenderem. Com isso podemos bem. Podemos mal é com rombos de 25% do que se produz num ano a ser pago nos anos futuros porque “correu mal”.

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