sábado, 19 de maio de 2012

Como fixar e trazer pessoas para Portugal

Como já por diversas vezes comentei, o suicídio demográfico em curso é o maior desafio que Portugal tem pela frente. O enorme aumento da emigração, que os números do 1º trimestre revelaram ser muito superior ao expectável não é um fenómeno que ajude a inverter o suicídio demográfico, pelo contrário. Impedir os Portugueses de emigrar, além de não ser legalmente e politicamente possível, não resolve o problema de fundo. O problema reside na falta de esperança, que mais não é do que o resultado de falta de ofertas de trabalho atractivas quando comparadas com o potencial de produtividade individual.

Não é expectável que a economia nos próximos 15 a 20 anos seja capaz de proporcionar remunerações que desmotivem o fenómeno da emigração. No entanto, a política pode tomar medidas claras para reter as pessoas. Baixando dramaticamente os escalões de IRS para rendimentos até 10.000 euros / mês para qualquer coisa como 10% a 15% de taxa fixa, e eliminando o IRS para rendimentos até 750 euros /mês, Portugal iria potenciar bastante a sua capacidade de atrair investimento estrangeiro e com isso reter parte da população activa. E muito provavelmente ainda iria atrair muito trabalhador do conhecimento a fixar residência em Portugal, desde que, evidentemente, tenha aeroportos por perto.
Mas acima de tudo Portugal passaria um sinal muito importante à sociedade: de que estudar e trabalhar bem é compensador. Este é, porventura, o melhor tónico de que precisamos em Portugal se queremos resolver o nosso drama demográfico.
Claro que isto teria de ser negociado com a Troika, o que talvez nem seja muito difícil, nomeadamente depois de assistirmos à tragédia Grega que segue dentro de pouco tempo. Mas antes da negociação com a Troika há que ter clarividência no pessoal governativo. E nisso o passado não me deixa nada optimista.

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