terça-feira, 22 de setembro de 2015

Um General ou um Soldado

No próximo dia 4 de Outubro Portugal votará. Duas figuras poderão sair dessa votação como PM: Passos Coelho ou António Costa, que é como quem respectivamente diz, um general ou um soldado. Passos Coelho deu provas inequívocas de ter estado à altura do desafio que se lhe apresentou: cumprir o acordo com a Troika e fazer acreditar aos Portugueses e aos países da zona euro que Portugal é um país viável dentro da mesma. Levou a carta a Garcia. Ao invés, António Costa deu neste período de tempo provas de ser uma personagem titubeante e até com pouca vergonha. Colaborou activamente para o agudizar da doença que afectou Portugal, chamou o médico, aceitou e assinou a prescrição, esperou pelo efeito dos conhecidos e nefastos sintomas da cura, e conta agora colher os benefícios do natural descontentamento e azedume do povo pelo simples facto de listar os incómodos da terapia. Nada que um soldado revoltado não se disponha a fazer. Para além de nada contribuir para o sucesso da companhia ainda se rebela na fase mais adversa da guerra sem perceber ou visionar que o mal que se experimenta faz parte do percurso, limitando-se a apontar as dores da campanha como sendo insuportáveis e desabafando que as mesmas não levam a lado nenhum (como se existissem percursos destes sem pedras…). E por fim ainda com suficiente desplante para desafiar o General a questionar a opinião de quem mais sofre in loco. O que dizer de tamanha desfaçatez?

Churchill disse no início da II Guerra que mais não prometia do que sangue suor e lágrimas. O mesmo Churchill fazia-se aparecer no Blitz comunicando com o povo que certamente ia sofrendo as maiores amarguras. Quem sabe não terá tido um terrível encontro com uma Mãe pouco afortunada velando algum filho no meio dos escombros. Que se esperaria que esse grande comandante retorquisse se questionado pela progenitora se ainda era favorável a sangue suor e lágrimas?

Portugal já teve demasiados PMs sem um mínimo de atributos para serem generais, ou mesmo meros aspirantes a alferes. Mais do que um governo PSD/CDS ou PS, Portugal votará ou num general corajoso, embora discreto, e que conhece bem o terreno em que nos movemos, ou num soldado que se imagina oficial e que, caso vença a eleições, humilhantemente baterá com a cabeça na realidade quando chegar a Paris aquando da exposição do seu primeiro delírio (a Berlim chegará já atordoado…). No entanto, a minha bondade natural impele-me na defesa de António Costa que por agora vai fazendo figuras menos boas, senão mesmo confrangedoras, e por isso dou o benefício da dúvida que o mesmo terá pelo menos o discernimento que o impeça de fazer as figuras tristes que outros já fizeram. Mas pelo simples facto de não apresentar uma estratégia que valha minimamente distinta daquela em vigor, já não lhe perdoo candidatar-se em nome de um grupo que nada mais tem para oferecer senão ilusões, prebendas e outros benefícios, e ainda outros mexericos de ocasião. Portugal merece um pouco de mais respeito.

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