Felizmente este governo anda a pôr o dedo em algumas das nossas feridas. A apetência para um produzir um discurso falacioso, mentiroso, ilusório, e de um facilitismo absurdo não tem sido a característica deste governo. Os Portugueses interiorizaram já que existe uma grave crise de sobre endividamento e constantes deficits, e que vão ter que a pagar. Pelo inevitável caminho duro do ajustamento vão ficar marcas de muita injustiça, como por exemplo a redução da massa salarial dos funcionários públicos sem olhar ao critério do mérito. Esta massa salarial terá que baixar uns 15%, mas preferiria que quem produz mais não fosse afectado. Mas compreendo que devido a não se poder despedir, ou o despedimento ficar demasiado caro, se opte por esta fórmula de efeitos imediatos. Mil vezes preferível do que aumentar os impostos (nomeadamente, o IRS).
Sabendo agora que a economia vai ter que ajustar pela via da redução das importações e do consumo público e privado, resta ao governo fazer tudo o que estiver ao seu alcance para dinamizar tudo o que respeite as exportações. A política de manutenção do IVA para o vinho revelou-se sábia pelos argumentos apresentados. Isso só por si denuncia muita sensibilidade para a importância das exportações. Mas falta catalisar toda a sociedade para as exportações. Esse sentido ainda não está apreendido, e muito menos interiorizado. É só por aí que poderemos vencer, e consequentemente ter esperanças de vir a ter esperança. Está na hora de equacionarmos uma grande redução do IRS por contrapartida do aumento do imposto automóvel, do IVA do escalão mais alto, e do imposto de circulação automóvel para se realizar alguma desvalorização interna e para valorizar o trabalho e poupança em detrimento do consumo. Este é o rumo para a esperança.
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