O Sr. Seguro tem demonstrado recentemente estar longe de entender o enredo que envolve Portugal e os capítulos que se vão seguir. Faltando-lhe o discernimento para entender o mundo e o momento histórico que vivemos, conveniência básica para um candidato a Primeiro-Ministro, vem demonstrando ainda grande inabilidade política, facto surpreendente se tomarmos em consideração a escola partidária que possui. A escola mediática do PS acredita que é frutuosa a demarcação do partido relativamente ao acordo da troika apostando na exploração da insatisfação popular. Ora nada mais errado. O povo Português de hoje anda muito avisado e sabe perfeitamente que existe um acordo assinado onde também consta a assinatura do PS.
Não é necessário ser-se um génio para saber o quanto os Portugueses adoram ser elogiados por estrangeiros. Ora sabendo-se, ou sentindo-se, que o episódio Grego vai acabar mal, que melhor prato pode ser dado aos portugueses ter todos os holofotes do mundo em cima deles. Sabendo o Português (ou talvez sentido, o que é suficiente) que a sua situação e atitude não é a mesma da Grécia, e sabendo a EU, o BCE, e o FMI que precisam de um caso de sucesso após a tragédia Grega, que melhor casamento poderá haver entre um que deseja ardentemente ser elogiado e outro que está sedento de ter razões fundamentadas para emanar elogios. Para esta celebração ocorrer só falta um elemento: tempo, elemento que como sabemos não pára e anda sempre à mesma velocidade.
Ora o Sr. Seguro não percebe que quando este momento ocorrer, coisa que “caprichosamente” ocorrerá um pouco antes das próximas eleições legislativas, lá por 2015, o PS não estará na fotografia de corpo e alma se entender iniciar agora um processo de desatino político com o acordo Troika. E ainda que apresente o seu corpo para a foto o povo julgá-lo-á por se apresentar sem alma. Tal qual o soldado com evidente défice de esprit de corps mas que quer fazer-se passar por herói na fotografia do pelotão.
Estou certo que Portugal e os Portugueses irão saborear a vitória, embora esta não vá ser representada por um El Dourado à Guterres, idealismos à Barroso, ou loucuras à Sócrates. Vai antes ser uma vitória que, embora se apresente um pouco difusa, terá luz suficiente para vislumbrarmos que Portugal é viável dentro da zona Euro e que iniciou uma nova vida com novas regras com as quais pode perfeitamente ser um vencedor no futuro. E que afinal tudo pode depender de nós, da nossa vontade, do nosso saber, e da nossa capacidade de empreender e enfrentar as mudanças. Em 2015 o Sr. Seguro não representará nada disto.
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