A Troika chegou e
decretou. Felizmente decretou bem. A coisa não é perfeita, mas o que se podia
esperar de um documento redigido em cerca de 1 mês. Vale a pena? Se vale.
Muitas mudanças necessárias estão a ser operadas em Portugal. A economia está a
ser reorientada para a exportação e a abandonar a orientação para o consumo.
Esta a grande mudança. Mas tem outras em curso… que estão a ficar pela metade,
infelizmente. Os bancos, os eternos maus da fita, estão a desalavancar
rapidamente, muito mais depressa do que seria expectável. Era bom que o ritmo
de capitalização das empresas em geral seguisse o mesmo ritmo da capitalização
dos bancos. Faltam estes para dar mais solidez ao nosso sistema financeiro.
Por outro lado temos os
particulares, cujos salários em média subiram muito mais nos últimos anos do
que o ritmo de subida da produtividade. Nas empresas privadas o ajustamento em
baixa está a ser feito, o que é bem salutar para a nossa competitividade no
curto prazo. Pena é que o ajustamento no sector público esteja mais longe de
ser alcançado. Mesmo que se corte no 13º e 14ª mês, falta ainda acabar com
muito instituto que anda para aí e tratar de pôr os boys and girls dos partidos
a enviar os seus currículos para as empresas privadas.
Ainda se compreende que a
capitalização dos poucos bancos é mais fácil de monitorizar do que nas infinitas
empresas privadas. E percebe-se também que desbastar o sector público em número
demora tempo. Pois é, mas já lá vai mais de 1 ano de governo. Como tal, e após
toda a gente ter ajustado, adivinhem o que falta ajustar? Isso mesmo, a
quantidade de funcionários públicos que não são necessários.
De resto é continuar a
cumprir o programa, tentar fazer ver ao Sr. Seguro que o dislate político é contra
procedente para o país, não deixar o impossível Sr. Relvas cimentar arrais, e
preferencialmente atirá-lo borda fora, literalmente, perceber que é perigoso
privatizar a RTP e as águas, pensar no nuclear à séria, e acima de tudo começar
a debater muito seriamente que impostos deverão ser reduzidos quando existir
margem para isso. Aposto que a falta de visão prefere baixar o IVA quando o que
precisamos são baixos impostos sobre o trabalho e o capital. Percebem? ou é
preciso fazer o boneco?
A propósito de boneco,
porque raio é que não se pede a meia dúzia de ilustres professores de economia
para irem à RTP prestar serviço público e dar-lhes uma dúzia de programas de 30
minutos cada para explicarem com power points e gráficos o que se passou em Portugal
nos últimos 25 anos, e porque é que está a acontecer o que está a acontecer. Aposto
que o Professor César das Neves diria que sim e que o povo português passaria a
pelo menos a perceber o que se passa, concorde ou não com as soluções
propostas. Para serviço público isto seria o mínimo que se poderia fazer para
quem sustenta a RTP.
Ha, e já agora não se
esqueçam de procriar bem acima de 1,3. Para bem da minha reforma.
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