A sensatez aconselha o voto na Coligação no próximo dia 4 de Outubro.
Não necessariamente porque se é CDS ou PSD, mas porque a exclusão de
partes por si só a isso nos obriga. Senão vejamos, na esquerda mais à
esquerda não é produzida ideia que nos valha, somente berros emanados
por almas rezingonas. No PS houve a infeliz ideia de se buscar o número 2
do anterior governo, ou seja, alguém que colaborou activamente na
loucura da dívida, quer através de um modelo económico baseado em não
transacionáveis, quer através da alta promiscuidade entre a governação e
os interesses instalados (banca e construtoras), quer através do
crescimento salarial muito acima do crescimento da produtividade, tudo
componentes de um pacote que nos levou a um resgate que só mentes
completamente impreparadas consegue produzir.
Aparte do Sr. Costa ter sido o número 2 desta aberração de modelo, a
personagem revelou ainda que, ou nunca percebeu a incompetência do
anterior PM, o que demonstra não perceber de pessoas e consequentemente
não estar à altura de ser PM, ou se percebeu demonstrou ser um
seguidista e carreirista, agachando-se a si e à sua necessidade de estar
lá (leia-se, no poleiro) aos ditames da lógica política que
perniciosamente tem dominado Portugal, o que, convenhamos, não nos deixa
muito descansados quanto ao modelo que representa (assalto ao poder por
parte do aparelho de um partido pelo simples facto de ser parte de uma
seita).
A Coligação tem o mérito de apresentar o Sr. Passos Coelho que
demonstrou ser um corredor de fundo e de confiança num ambiente muito
adverso, com capacidade de dizer não aos poderes instalados (quantos
diriam Não ao Sr. Salgado?), e possuidor de uma grande qualidade que
desconfio possuir: saber ouvir. Terá sido isso que por um lado o fez
perceber e interiorizar a situação de Portugal, pois nota-se que o que
sabe deriva mais do que lhe terá sido dito do que terá discorrido, e por
outro lado essa qualidade fê-lo lidar na perfeição com o arrufo de
criança mal disposta do Sr. Portas a meio do mandato, dando-lhe tudo o
que ele pretendia desde que se dispusesse a dar outro sentido à palavra
irrevogável. A Coligação tem ainda o mérito de apresentar o Sr. Portas,
profundo conhecedor da realidade empresarial portuguesa, trabalhador de
méritos inquestionáveis, um excelente promotor de Portugal no mundo, e o
melhor lutador que a direita terá.
Mas ficamos todos aflitos se alguma enxaqueca mal curada ou
indisposição mal digerida possa desencadear uma qualquer crise política,
um préstimo péssimo que há que não colocar no curriculum do CDS.
A Coligação tem ainda a sensatez de não apresentar promessas e de ter
os pés muito mais assentes na terra do que o PS, partido decrépito e
com pouco ou nada para oferecer aparte de um conjunto de falhados
políticos a que a realidade pregou uma valente partida (caros
socialistas, não há mesmo por onde estoirar dinheiro, perceberam bem? E
para infelicidade vossa o crescimento não se decreta, mesmo que a
vontade venha de mentes que se julgam moralmente acima do comum dos
mortais). A coligação tem ainda a vantagem de ter interiorizado muito
melhor que o PS que a demografia é o maior sarilho que temos pela frente
como povo, muito maior que a questão da dívida. E por fim parece haver
mais capacidade estratégica na Coligação do que no PS. O PS
“orfanizou-se”, deitou-se com o Syriza e o tiro saiu-lhe pela culatra,
não aceitou a mão do Sr. Cavaco há dois anos e perdeu o comboio da
retoma (a Coligação possui a retoma a 100%), disse que a austeridade
não servia quando a realidade demonstrou que tinha de existir alguma
forma de austeridade, esquerdou-se ao ponto de se parecer em muitos
aspectos com o BE, mas pior que tudo, escolheu o número 2 do anterior
governo para chefe da banda (aselhice das aselhices!).
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