No próximo dia 4 de Outubro Portugal votará. Duas figuras poderão
sair dessa votação como PM: Passos Coelho ou António Costa, que é como
quem respectivamente diz, um general ou um soldado. Passos Coelho deu
provas inequívocas de ter estado à altura do desafio que se lhe
apresentou: cumprir o acordo com a Troika e fazer acreditar aos
Portugueses e aos países da zona euro que Portugal é um país viável
dentro da mesma. Levou a carta a Garcia. Ao invés, António Costa deu
neste período de tempo provas de ser uma personagem titubeante e até com
pouca vergonha. Colaborou activamente para o agudizar da doença que
afectou Portugal, chamou o médico, aceitou e assinou a prescrição,
esperou pelo efeito dos conhecidos e nefastos sintomas da cura, e conta
agora colher os benefícios do natural descontentamento e azedume do povo
pelo simples facto de listar os incómodos da terapia. Nada que um
soldado revoltado não se disponha a fazer. Para além de nada contribuir
para o sucesso da companhia ainda se rebela na fase mais adversa da
guerra sem perceber ou visionar que o mal que se experimenta faz parte
do percurso, limitando-se a apontar as dores da campanha como sendo
insuportáveis e desabafando que as mesmas não levam a lado nenhum (como
se existissem percursos destes sem pedras…). E por fim ainda com
suficiente desplante para desafiar o General a questionar a opinião de
quem mais sofre in loco. O que dizer de tamanha desfaçatez?
Churchill disse no início da II Guerra que mais não prometia do que
sangue suor e lágrimas. O mesmo Churchill fazia-se aparecer no Blitz
comunicando com o povo que certamente ia sofrendo as maiores amarguras.
Quem sabe não terá tido um terrível encontro com uma Mãe pouco
afortunada velando algum filho no meio dos escombros. Que se esperaria
que esse grande comandante retorquisse se questionado pela progenitora
se ainda era favorável a sangue suor e lágrimas?
Portugal já teve demasiados PMs sem um mínimo de atributos para serem
generais, ou mesmo meros aspirantes a alferes. Mais do que um governo
PSD/CDS ou PS, Portugal votará ou num general corajoso, embora discreto,
e que conhece bem o terreno em que nos movemos, ou num soldado que se
imagina oficial e que, caso vença a eleições, humilhantemente baterá com
a cabeça na realidade quando chegar a Paris aquando da exposição do seu
primeiro delírio (a Berlim chegará já atordoado…). No entanto, a minha
bondade natural impele-me na defesa de António Costa que por agora vai
fazendo figuras menos boas, senão mesmo confrangedoras, e por isso dou o
benefício da dúvida que o mesmo terá pelo menos o discernimento que o
impeça de fazer as figuras tristes que outros já fizeram. Mas pelo
simples facto de não apresentar uma estratégia que valha minimamente
distinta daquela em vigor, já não lhe perdoo candidatar-se em nome de um
grupo que nada mais tem para oferecer senão ilusões, prebendas e outros
benefícios, e ainda outros mexericos de ocasião. Portugal merece um
pouco de mais respeito.
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