Já há tempos manifestei que as agências de rating não são as melhores entidades para avaliar para onde uma economia evolui. Se assim o fosse teriam previsto há muito a crise financeira que se abateu em 2007. Aliás, e devido às suas incorrectas avaliações não será demais dizer que terão a sua boa quota parte de responsabilidade.
O mesmo se passa no presente momento relativamente à zona euro. Parece indesmentível que os países com problemas orçamentais andam a fazer o seu trabalho de casa. É sabido que o tipo de trabalho de casa em curso, e absolutamente necessário, demora alguns anos. Não me enganarei muito se disser que seja coisa para uns 10 anos. Trata-se de uma longa caminhada para a qual não é possível apresentar resultados imediatos. No início somente alguns sinais poderão ser apreendidos.
Ora os sinais são para quem consegue ver filmes. Não para quem é bom a ver fotografias. As agências de rating encaixam-se neste último grupo, não no primeiro. E como tal deverão ser tratadas como tal. Nem mais nem menos.
Acontece que por uma qualquer razão misteriosa as agências de rating são tomadas como verdadeiros experts em matéria de análise financeira, coisa que o seu curriculum não atesta verdadeiramente. Sendo assim, espero que os políticos europeus as tomem na devida medida, e com isso lhes dêem pouca importância. Ora não é isso que vêm acontecendo, o que não ajudando nos trabalhos em curso, ainda tem o condão de criar turbulências.
Uma nota. Precisamente quando os países europeus começam a, conjuntamente, tratar seriamente do seu assunto, e que após colocações elevadas, com muito sucesso, de dívida italiana e espanhola, é muito estranho que as agências de rating tenham dado um ar da sua graça com baixas de rating. Como popularmente se diz, “aqui há gato”. Eu por mim baixo o meu rating a essas agências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário