O único consenso que existe entre os portugueses é o seguinte: todos estão contra. A maior parte não tem alternativas sérias e os que as têm conseguem apenas reunir alguns amigos em capelinhas. Com efeito, os portugueses estão todos contra os impostos e até aceitam que se deve cortar na despesa, mas quando essa hora chega todos estão mais uma vez contra, porque não querem ver o fim do estado social, que é um grande amigo e protector, que nos oferece excelentes serviços na saúde, nos transportes públicos, na educação, na cultura, etc. Assim, os manifestantes do contra complicam ainda mais o que já era complicado devido a uma constituição estúpida e a ladroagem no poder põe-se a subir os impostos, simplesmente porque é mais fácil e porque o limite do que os portugueses aguentam pode estar, quem sabe, ligeiramente mais longe.
Roubam-nos, perdem com isso e
roubam-nos novamente, como se esperassem outro resultado. O que os ladrões não
percebem é que há um ponto a partir do qual o aumento dos impostos passa a
reduzir a receita do covil. É isso que nos diz a Curva de Laffer (se por
ladrões entendermos governo e por covil estado) e embora não exista nenhuma
forma exacta de calcular o ponto de inflexão, a verdade é que é bastante provável
que o tenhamos atingido já. Com um nível insuportável de impostos, consumimos muito
menos, as empresas abrem falência, o desemprego aumenta, o consumo volta a cair
e assim sucessivamente. A conclusão disto é que o covil arrecada menos
dinheiro, o saldo orçamental agrava-se, a economia fica completamente estragada,
não se resolve o problema da balança comercial e nós vamos à falência.
Esta pescadinha de rabo na boca vai
ter desfechos mirabolantes, uma vez que os melhores e mais jovens vão emigrar,
alguns vão ficar sem alternativas e outros vão procurar na fuga ao fisco e na
economia paralela um modo de vida. Assim, não quero estar a exagerar, mas julgo que Portugal amanhã vai ser um palco de
misérias repleto de jogadores, prostitutas, traficantes, corruptos, malandros,
burlões, falsários, gatunos, trafulhas, drogados, alcoólicos, abortistas,
loucos, falidos e vadios.
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