domingo, 20 de setembro de 2009

Ao que as circunstâncias obrigam

Caminhamos alegremente com uma crescente dívida, que é brutal. É extraordinário a inconsciência com que pessoas que estão à frente de diferentes organizações importantes deste país (partidos, sindicatos, etc.) não tomam em linha de conta o acumular de déficits e a consequente dívida pública como suporte para as suas opções. Há várias hipóteses para justificar este fenómeno: ou essas pessoas estão desinformadas, ou não conhecem o conceito de dívida e déficit, ou são estúpidas, ou são malucas, ou são inconscientes, ou de tudo um pouco.

Quando nos meus 18-20 anos julgava que para se estar à frente de organizações ter-se-ia que possuir uns mínimos, o que, tanto quanto as minhas percepções alcançavam na altura seriam o equivalente aos mínimos olímpicos para se participar nos Jogos. Agora que cresci, e mudadas as percepções, vejo que estamos rodeados de loucos em lugares de muita responsabilidade, invadidos de pessoas desestruturadas no pensamento, e acima de tudo pessoas perfeitamente dominadas pela nossa cultura portuguesa naquilo em que a mesma tem de pior.

Segundo esta turma de varados mentais ter muitos déficits consecutivos é normal, promoções e aumentos de vencimentos automáticos segundo a idade é standard de referência, não ter um modelo credível de avaliação é "porreiro", medir o sucesso escolar simplesmente pela percentagem dos que passam é fixe, ter um sistema geral onde as pessoas não são demasiadamente diferenciadas no rendimento pelo nível de produtividade é o desejado. Estamos ao nível da loucura e da demência.

Pouco a pouco as gerações mais novas começam a aperceber-se da armadilha que as gerações mais velhas (os jovens com 30 anso em 1974) lhes montaram. Por outro lado essas gerações mais velhas vão agora percebendo que os prejudicados são os seus filhos e netos. Ainda berrando quando podem vão no entanto sentido uns calafrios ao pressentirem que os cálculos saíram furados. Mas ainda assim persistem no erro!

Os próximos 30 a 40 anos vão ser engraçados em Portugal. Simplesmente não temos nenhum sítio onde buscar dinheiro. As reservas brutais e o ouro acumulado até 1974 já se gastaram, os fundos da CEE são cada vez mais pequerruchos, e a dívida externa atingiu o máximo possível. Resta-nos nós. Este "nós" significa que os Portugueses vão ter que tomar o destino nas suas mãos, quer queiram, quer não. Este imperativo, independente da vontade individual de cada um, e independente da cultura do grupo em que a pessoa se insere, faz com que a atitude tenha que ser totalmente proactiva.

Ter todos os Portugueses proactivos é aquilo que mais precisamos. E é aquilo que as circunstâncias nos vão obrigar a ver... e a ser.

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