quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Debate MFL e Paulo Portas e o conceito de opção

Parece-me que neste debate ficou evidente a distância entre o PSD e o CDS. O PSD está como o país: paralisado, pelo que não duvido que os Portugueses se vão revendo ainda neste centrão em esvaziamento suave. O CDS vai introduzindo aos poucos a sua mensagem carregada de opções, conceito que a crise tratará de cristalizar.

MFL não tem opções a apresentar, ou talvez tenha uma: a sua pessoa. Paulo Portas tem as opções mas não tem a pessoa. Poderíamos pensar que o casamento até pode não ser mau de todo dadas as complementaridades. Um trabalha as ideias e o outro aparece para receber as medalhas. Como Paulo Portas bem se esforça para andar na cadeira do poder não fugirá a semelhante contrato, o que ficou bem claro na pergunta final do debate. A sua vontade de erradicar a "socialite" que nos afecta desde 1974 é grande. Cego por essa vontade, não anda a ver que isso só retarda trocar de lugar com o PSD na relação dos votos.

A crise, que por estranho que pareça só agora estamos a interiorizar, vai obrigar os Portugueses a fazer opções, muitas opções. A pouca classe média e a classe média baixa vão voltar a fazer contas, muitas contas, e isso faz com se ginastique o cérebro no capítulo das "opções". Aonde anteriormente o crédito fácil amoleceu esta ginástica, a rarefação do crédito, os sustos financeiros em curso (desenganem-se os que acreditam que tudo já passou), a debilidade do tecido económico, e a concorrência mundial cada vez mais feroz, fazem com que nos familiarizemos de novo com o conceito de "opção".

E a escassez, que por norma é o habitat natural de qualquer ser vivo, é conceito casado com o conceito de "opção". Atormentados pelas enormes crises (a nossa, estrutural, e a que veio de fora que mais não fez do que acentuar a nossa), os Portugueses acossados pela incerteza e tementes no trabalho e nos seus rendimentos futuros, passam agora a seres que olham para as opções, pois só elas contêm a esperança. O desejo de nos libertarmos do que nos atormenta começa a ser muito grande e por isso começamos a tentar diferenciar as opções que nos são apresentadas. E assim aqueles que as colocam saiem premiados relativamente aos que o não fazem. Por isso MFL não descola quando tem todas as condições para isso, e por isso Paulo Portas e Louçã (mais este) saiem ganhadores.

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