segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Comentário após debate entre Louçã e MFL

Impressionante como o discurso de Louçã cola nas almas. A coisa é do mais superficial que existe, mas de uma eficácia sem igual. Meus amigos, dou ao BE uns quase 20%, ou mais. Como já vos disse isto deve ir parar nos 30% daqui a uns anos. Quando a malta que vota PC for mais volúvel e perceber que o BE é a força de esquerda a ter em conta, então vão desviar o seu voto, e aí o BE fica com a criança nas mãos (30% dos votos e o PC com uns 5%), ou seja, o PC eclipsar-se pela mão do BE.

Do PS já toda a gente percebeu o que vai sair: uma derrota estrondosa. Deixai o Sócrates à mão do Louçã e vão ver a tareia que este lhe vai dar. Sócrates está cheio de telhados de vidro, e vai haver um desmoronamento. Acreditem que o PS pode vir para os 22 ou 25%. Agora penso que o PSD não vai dar o pulo. MFL cola pouco às superficialidades exigentes dos dias de hoje. Aquela franqueza com que fala é mal vista, o seu perfil de boa pessoa e de quem corre a vida com horror à demagogia não tem bom acolhimento nas pessoas. Vai ser duro para ela ser o próximo PM com tudo contra. Mas vai sê-lo. Vai ser um voto de segurança… para variar (já repararam que os Portugueses estão sempre a votar com segurança, embora não os que votam BE).

O CDS vai ter mais votos do que se espera. Para isso é preciso que Portas faça um discurso muito mais cuidadoso. Para o CDS é tudo mais difícil, há muito menos margem para enganos. Ao BE admitem-se todos os disparates, ao CDS não. O CDS tem um drama: sente que quer, e pode, ser governo sozinho mas os portugueses não lhe dão o visto. E o curioso, e de facto bem explorado pelos cartazes, é que as pessoas no geral estão de acordo com os princípios defendidos pelo CDS, só que não correspondem isso em votos. É um pouco de doidos. Ou seja, o CDS não personifica o ideário “defensivo”. E como os portugueses gostam do “estado” para tudo o que deve ser o “estado” a tomar conta e tudo o que não deve ser o “estado” a tomar conta, então não confiam em quem quer delimitar o “estado” a fazer o que ao “estado” compete. Por isso sempre digo: os portugueses, na sua génese, são socialistas, ou seja, gostam de ver o “estado” como papá (isto é válido também para muita gente que para aí diz que é de direita para ficar bem entre os seus). E contra isso não há argumento que valha. Mas notem que isto vai mudar. Tenho a ideia, ainda que louca para quase todos, que o CDS vai chegar ainda aos 25% a 30%. Não agora, obviamente. Sim, isto é tão tolo quanto aqueles que vaticinavam o mesmo para o BE aqui há 10 anos (penso que já me incluía entre esses malucos na altura). É que basicamente o PSD e o PS não respondem ao mundo de hoje, mas acima de tudo, o “estado” em todas já não responde. Vai ser muito óbvio daqui a 4 ou 8 anos que vão ter que haver distinções e definições claras onde é que o “estado” deve estar, e como. E já agora, predilecção tão esquecida: a que preço?

P.S. Já viram quem vai ser campeão este ano, ou ainda há dúvidas? Este ano vai haver muito show na Luz.

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