SEXTA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 2011
Para quem está bem consciente da situação que Portugal atravessa sabe que já não mais espaço para dourar a pílula em campanhas legislativas. O mecanismo em vigor até ao momento passava por mentir descaradamente ao povo. Aliciaram-se os Portugueses com promessas viabilizadas por mecanismos ilusórios alavancados pelo crédito fácil, pelo espaço de endividamento disponível existente desde o início da década de 90, pela ilusão dos fundos da CEE, e pela entrada na zona euro. A realidade que pensávamos ser possível viver ruiu. É isso que tem que ser dito muito claramente aos Portugueses. O caminho passa, em termos económico e financeiros, por amortizar dívida existente e passar a ter excedentes orçamentais (ao invés de défices) juntamente com redução de importações e aumento de exportações.
Não há a mínima volta a dar ao assunto, quer queiramos, quer não. Venha quem vier, venham todas as manifestações, berraria, discursos inflamados, enchentes na Avenida da Liberdade, etc, este caminho vai ter que ser feito. E vai ter que ser feito muito mais cedo do que pensamos. Não, não há tempo para “ver se passa”, ou “esperar que os mercados descubram a Espanha”, o que se “esqueçam” de nós quando chegar o Verão, etc.
O próximo Governo de Portugal, aquele que vai chegar depois do próximo (des)governo, tem que falar muito abertamente de todas as medidas que terão que ser tomadas. Terá que explicar tudo, terá que expor o porque de cada medida apresentada pré-eleitoralmente, terá que ter uma sinceridade e uma simplicidade nas explicações ao nível do que hoje é considerado “ingenuidade política”, terá que se apresentar explicitamente, e com humildade, como o próximo Governo para Portugal, aquele que resultará como a alternativa ao modelo socialista (PS e PSD no mesmo saco) que já morreu.
Não será um Governo que vai trazer a “Revelação” tão ao gosto dos engenheiros sociais de esquerda sempre sequiosos do “agora é que é”. A Revelação têm-na Ele. Que O siga quem quer de livre vontade. O novo Governo de Portugal vai ter um desafio muito claro e muito simples que é: GOVERNAR PORTUGAL. Essa vai ser a sua missão. E para o fazer vai ter que, como que mecanicamente, começar por amortizar dívida pública, reduzindo-a, o que implica ter excedentes e não défices públicos, e cortar nas importações e impulsionar as exportações. Só a partir daí estará em condições de governar. Se o não fizer, então desqualificar-se-á e será mais um (des)governo.
O partido a quem os Portugueses devem confiar essa missão é o CDS. Não este que lá está de momento. É o outro que vai ter que aparecer. Essa aparição tem que ser uma fatalidade. Não pode deixar de acontecer.
Estranhar-se-á como é que perante cenários tão pessimistas e nebulosos o discurso da verdade e simplicidade irá funcionar. Mas o segredo é mesmo esse. Um pouco como na guerra. Não se querem generais moles e com discurso fácil. Doravante os Portugueses vão confiar no discurso “dor, suor e lágrimas” e não em “bolas e equipamentos de marca para todos”.
Tão somente
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