SEGUNDA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2011
… mas ainda há quem diga que não vale a pena sair da praia porque é lá que se está bem. Há uns que sabem o que aí vem e bem dizem às pessoas para de lá saírem, mas estas não querem, pois dizem que o tempo está bom e que querem ainda mais sol, que existe o direito adquirido de lá estar, porque se entende merece-lo, porque se trabalhou (ou não) durante todo o ano e agora se quer realizar a pretensão de ir a banhos com deleite. Outros, embora ouçam, não percebem bem e estão paralisados. Custa-lhes abandonar um local tão aprazível face a uma realidade supostamente terrível mas que não vêm. Há no entanto alguns que fogem. E como em tudo, uns para bons locais, e outros para locais que não são os melhores, o que só valida o ocaso como parte integrante dos processos de mudança. Outros há que fogem para tão longe que quando dão por si estão fora de Portugal. Curiosamente o responsável pela praia ainda insiste que nada de especial é preciso fazer, limitando-se a dizer que realmente é preciso ter cuidado com as ondas e que para nos protegermos do sol basta colocar um bocado de creme protector que tudo fica bem. De resto que se distribuam umas bolas de berlim para apaziguar os espíritos mais nervosos.
É assim Portugal nos dias de hoje. Está quase tudo meio doido, inebriado, e sem ou com pouca capacidade de processar a boa informação existente. E os que não estão não sabem bem para onde ir e como ir. Mas há um caminho, só que é um que as pessoas dizem não gostar porque aparentemente tem uma vegetação silvestre e não está devidamente alcatroado, pelo que a voz mais iluminada rapidamente é votada à indiferença. Como se quando se decidisse trilhar novos caminhos o início tivesse de ser tão doce quanto se espera ser o destino.
É pena não interiorizarmos que na história de um país por vezes há que trilhar novos caminhos. Aliás, como na vida de cada um. A realidade impor-se-á, e, como sempre, falará mais alto que o argumento.
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