SÁBADO, 18 DE SETEMBRO DE 2010
Implementar as imprescindíveis medidas de austeridade parece estar a ser difícil quando o não deveria ser. A principal razão pela qual o não deveria ser reside no facto de elas terem de ser tomadas. Isto seria o que faria um governante. Ora já todos sabemos que quem nos governa não preenche os requisitos mínimos de um governante. Nestas circunstâncias ter apoios de muitos quadrantes é fundamental de modo a compensar o vazio de requisitos. E esses apoios existem, e até nem são poucos.
Temos o total apoio externo, o que é bastante mais importante e muito mais influente do que pensamos. Temos o apoio do Banco de Portugal, entidade que em tempos de crise tem palavra. Temos o apoio da banca, coisa que em anos de turbulência financeira é de ter em conta. Temos o apoio da larga maioria dos economistas e líderes de opinião mais reputados, o que tem um enorme peso. Temos o apoio de Mário Soares, que é, embora não o pareça, muito importante (lembrar que Mário Soares foi PM durante ambas as intervenções do FMI em Portugal nos idos anos de 77/78 e 83/85, e que sabe muito bem o que é ser impopular). Temos o apoio, ou pelo menos suave oposição, dos partidos da oposição com responsabilidades de governação. E temos o apoio do Presidente da República, que é, obviamente, muito importante. E presumo eu, temos um Ministro das Finanças à altura e responsável, sério, corajoso, e sem agenda pessoal na carteira.
Temos tudo isto. Mas falta-nos o essencial. Falta-nos um Primeiro Ministro à altura.
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