quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os juros vão crescendo à séria... até chegar o FMI

QUARTA-FEIRA, 29 DE SETEMBRO DE 2010

Já vai em 6,64%. Os juros cobrados ao Gregos e que eram por estes considerados uma loucura estão a agora a chegar a Portugal. Obviamente não ficam por aqui. Continuarão paulatinamente a subir. Só descerão quando o que produzirmos for superior ao que consumimos, que é como quem diz, quando começarmos a pagar a dívida acumulada que possuímos.

À velocidade anual de 7 ou 8% de défice, e sem crescimento expressivo do produto (entre 0,5 a 1%) a bola de neve é assustadora. Claro que vai parar, é só os juros chegarem a 10% (lá chegaremos daqui a 2 ou 3 anos) e o défice acumulado chegar aos 120% do produto e veremos tudo a estrebuchar. Mas não vai ser preciso. A comunidade internacional vai pressionar muito e não chegaremos a esse ponto.

O resultado passará por uma intervenção do FMI no curto prazo de modo a estancar a grave ferida que temos. Até ao início do primeiro trimestre veremos os senhores do FMI pelos hotéis de Lisboa. Vai ser duro e as medidas vão ser tomadas a torto e a direito. IVA para os 26% e coisas do género. Não, não vai ser por onde devia, ou seja, redução da despesa. Essa será reduzida paulatinamente.

Quando o FMI começar a implementar essas medidas, que mais não é do que fazer o que o governo deveria estar a fazer, veremos os juros começarem a baixar. Os mercados ganharão confiança e consequentemente acalmarão, exigindo-nos menos juros pela contínua renovação da dívida corrente.

Mas atenção, será somente o primeiro passo. Isto porque "estancar" significa termos défice de 2% ou 3%. Como precisamos de excedentes e de uma nova forma de vida, que reitero, passa por produzirmos mais do que consumimos, uma segunda intervenção seguir-se-á lá para 2013 ou 2014. E esta passa por atacar os problemas estruturais do nosso País. Isto do "estrutural" é vago, mas concretizando um pouco, direi que o plano de construção de 2 ou 3 centrais nucleares estarão no pacote de medidas. É que importar muito mais energia do que a que é produzida é um dos pontos a serem corrigidos.

Mas por enquanto tratemos de aceitar a vinda do FMI porque com estes governantes não nos governamos. É uma vergonha não saber arrumar a casa.

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