DOMINGO, 31 DE JULHO DE 2011
Dizem os nossos principais banqueiros que há que rever o acordo firmado com a troika no que respeita à política a seguir para os bancos.
Ora parece-me muito inoportuno pretender furar o dito acordo, nomeadamente por pessoas que têm muita responsabilidade em Portugal. Não fica nada bem depois de garantir a vinda de 78 mil milhões (ainda que por empréstimo) tentar mudar os termos que serviram de base para esse envio. Nomeadamente quando os descontentes de momento estiveram entre os contentes na altura em que o acordo se firmou. Desconfio que serão pessoas que seguramente se gabarão de “saber fazer as coisas”, essa especialidade nacional.
Isto de ter de aumentar o capital dos bancos para compor rácios de solvabilidade não é coisa que os banqueiros tenham muita vontade de pedir aos accionistas nesta fase da vida económica e financeira de Portugal. Percebe-se… da mesma forma que se perceberá que um funcionário público não irá gostar de ver o “seu” instituto extinto. Mas não há nada a fazer. Há que cumprir com o acordo. Ponto final.
Os banqueiros até podem ter os seus argumentos. Mas há dois argumentos poderosíssimos que têm sempre que se sobrepor. O primeiro é que não se podem começar a abrir precedentes ao pretender mudar o acordo com a troika. O segundo é que a banca tem que dar o exemplo de capitalização adequada, ainda que isso implique que seja para “credor ver”. Como já aqui disse (e desde há muito), Portugal perdeu provisoriamente grande parte da sua independência devido às suas dívidas gigantescas, seja a pública, a privada, ou a empresarial. E a banca não foi de forma nenhuma uma parte alheia de todo este processo. Por isso colhe agora também aquilo que semeou.
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