SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JUNHO DE 2011
O tema político do presente irá passar pela implementação do acordo firmado com as instituições internacionais. Isso ocupará os próximos 4 anos, no mínimo. E basicamente resultou em não termos observado a questão de não se puder viver demasiadamente acima das possibilidades durante tanto tempo seguido, de que resultou uma completa ilusão do mundo e de como Portugal e os Portugueses nele se devem integrar.
Protegidos por um acordo firmado com o apoio dos partidos que representam 89,6% dos deputados eleitos, com o apoio do Presidente da República, e com o apoio das instituições internacionais das quais somos parte integrante, temos todas as condições instrumentais para cumprir com as nossas obrigações. Temos assim espaço para agora começar a cuidar das questões políticas do futuro de Portugal. E essas podem ser consideradas as seguintes:
1. A questão do suicídio demográfico em curso, resultado quer da baixa taxa de natalidade, quer através da continuada nova vaga de emigração. O efeito combinado destes dois elementos, nomeadamente o primeiro, condicionará Portugal nos próximos 50 anos. Este é o principal tema político do futuro.
2. Responsabilidade individual e colectiva de como viver em sociedade numa relação saudável entre deveres e direitos.
3. Competitividade de Portugal neste mundo global, não só ao nível da economia, mas também a todos os outros níveis de intervenção.
4. Converter os 70% da população com a mentalidade de repartição para uma mentalidade empreendedora e virada para o desafio.
5. Converter Portugal para uma sociedade totalmente meritocrata e voltada para a produção
6. Independência da função pública relativamente aos partidos políticos e contratação para a mesma de quadros estrangeiros para a gestão de topo.
7. Da independência do poder local relativamente aos partidos políticos.
8. Da organização dos partidos políticos e da forma como os mesmos devem promover lideranças e todo o debate a ele associado.
9. Atrair de 250.000 a 500.000 estrangeiros com elevado rendimento para residirem em Portugal.
10. Redução drástica da dependência energética e alimentar.
Estes são os principais temas que devem estar na linha da frente do debate político. Tudo aquilo que os partidos políticos historicamente tentam esconder devido à presunção de que o povo não pode ser assustado com más notícias deve ser confiado à função pública. O recente memorando assinado com as instituições internacionais tem carácter instrumental e pode, e deve, ser executado tecnicamente. Ao Governo e à Assembleia competirá a monitorização do cumprimento do acordo firmado. Mas somente ao Governo deverá caber a concepção de estratégias para Portugal. Essa é a sua função, e os temas acima indicados são uma boa base de começo.
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