SEGUNDA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO DE 2010
Todos sabemos que a Igreja tem como missão o tratamento das almas dos homens. E vai fazendo-o. Mas sabemos que a história a tem empurrado para tratar daquilo que a organização social não tem conseguido fazer na sua plenitude: cuidar dos pobres e de quem precisa de ajuda. As organizações que gravitam à volta da Igreja têm dado um grande suporte à nossa sociedade. É um trabalho imenso e de pouca visibilidade mediática. Claramente à melhor maneira de quem procede desinteressadamente, sem agenda pessoal, ou ao serviço de interesses obscuros. Nada de estranhar. Corporiza aliás, e em muito, a mensagem boa, humilde, e virtuosa que a própria Igreja possui.
Agora que os problemas sociais se agravam resultantes de erros e desvios dos homens, a questão coloca-se. O que deve a Igreja fazer? Acudir ao problema do número crescente de pobres e de quem precisa de ajuda, ou tratar do mal que esteve na génese do problema? Esta é uma questão de difícil resolução.
Não duvidemos que o erro dos Portugueses foi grande nestes últimos 25 anos. Desligámo-nos da terra e embarcámos numa ilusão de vida fácil à conta de dívida e mais dívida. Fomos poucos maduros nas opções pessoais. Fomos arrogantes ao não querer ouvir as vozes mais avisadas e ao abrir ouvido ao eloquente de promessa fácil debaixo do braço. Agora que a verdade se começa a redescobrir será bom que corrijamos a rota e as diatribes do nosso aparelho auditivo.
Da posição fácil em que me encontro penso que a Igreja se deveria concentrar mais em cuidar nas almas e na sua preparação para o discernimento num ambiente muito ruidoso. Mas talvez quem esteja no terreno tenha outra visão. Sem dúvida que os tempos que aí estão não estão a ser nada fáceis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário