Quarta-feira, 4 de Novembro de 2009
Portugal, porque não acertas nos teus governantes? Tiveste um que não servia durante décadas, num regime que também não servia. Pessoa inteligente, mas que, obviamente, nunca seria contratado para governar um país do 1º mundo. Felizmente livraste-te da ditadura. Mas mal provaste a democracia começaste logo por empossar uns pitorescos e até perigosos. Atinaste na arrumação da casa até 1985, mas daí para a frente nunca mais arranjaste um grupo de pessoas que te desse um rumo.
Portugal, escolheste sempre pessoas que emitiram sinais contrários aos que precisavas. De 1985 até 1994 colocaste a confiança à frente de tudo, privatizaste o que antes nacionalizaste, recebeste muitos fundos da CEE, e com tudo isso consolidaste a vivência à sombra do estado. De 1995 a 2002, com mais privatizações e mais fundos, e também agora com juros baixos, dedicaste-te ao diletantismo e dialogaste sobre nada. Por isso te embebedaste e te empaturraste. Com o bandulho ainda farto, de 2002 a 2005 não enfrentaste a realidade dos excessos anteriormente cometidos. E para distracção ainda te meteste em brincadeiras políticas de mau gosto. A partir de 2005 assumiste o martírio e escolheste a via da desistência ao empossar pessoas sem a mínima qualificação para a governação. Agora no rescaldo que já vais fazendo percebes que a Globalização é afinal um jogo muito duro. Mas ainda assim em 2009 mantiveste a postura.
Portugal, isto é sério. Portugal, arranja pessoas de outro calibre, feitas de outra matéria, mais altruístas, mais visionárias, mais sinceras, mais simples, menos influenciáveis pelos lobbies, que tenham uma estratégia clara, que se baseiem em premissas reais, que te apresentem o jogo de frente de modo a saberes o que te compete fazer, que não te iludam com promessas vãs, e que amem Portugal.
Falei-te de sinais? Sim, vai por aqueles que te falem mais em deveres que em direitos, que acreditem no indivíduo e não em salvações colectivas, que amem a vida e o próximo e não a denigram na sua essência, que acreditem que só tomando o destino nas nossas mãos, e não no outro, nos ultrapassamos. Vai pelos que protegem as vítimas em vez dos criminosos. Vai pelos simples e não pelos complicados, pelos que acreditam na economia de mercado e não em engenharias sociais e económicas milagrosas, por quem valoriza o empreendedor em detrimento do calão, o mais produtivo em lugar do menos produtivo. Vai por quem empreende barato e não fica embasbacado por obras faraónicas, por quem não se impressiona com os poderosos e influentes, e que vê na adversidade uma oportunidade para a conquista e não para a lamúria.
Estes Portugueses existem e querem, no íntimo, governar-te. Portugal, faz-te esse favor, vota melhor.
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