quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Portugal, solução (10)

SÁBADO, 8 DE MAIO DE 2010

Portugal, tens professores a mais para a quantidade de alunos existentes. Se isso é verdadeiro nos dias de hoje, sê-lo-á cada vez mais verdadeiro nos anos que se seguirão devido à enorme redução da taxa de fecundidade que se vem verificando nos últimos anos. Por outro lado tens um problema de desemprego de pessoas com potencial capacidade de ensino (licenciados). Pelo facto da tua economia não ir gerar nos próximos anos empregos nas áreas de competências de muitos dos teus desempregados e futuros professores excedentários, terás que firmar um acordo internacional que te convenha a ti, a todas essas pessoas que voluntariamente queiram emigrar, e que também seja conveniente aos Países com quem firmares esses acordos.
Os países com quem deverás firmar acordos deverão ser os países africanos de expressão oficial portuguesa. As razões do lado desses países serão basicamente:

1. Necessidade extrema de formação básica e secundária da população local associada à explosão demográfica em curso. Angola e Moçambique deverão quase duplicar a sua população no espaço de 40 a 50 anos.

2. Necessidade de formação de professores nativos desses países

3. Afinidade linguística

As razões que levarão alguns Portugueses a emigrar não serão importantes de enumerar. Cada um sabe de si e as pessoas são livres de decidir por si. Evidentemente será providenciada toda a informação relevante. Mas seguramente não será demais invocar que a falta de perspectivas em Portugal e a situação de desemprego eminente serão mais do que motivos para muitos Portugueses optarem por uma solução desta natureza.

Portugal, com esta solução vês-te livre de um grande encargo que já tens, os actuais desempregados, e de adicionais encargos futuros, os futuros professores desempregados devido à falta de alunos. E proporcionarás esperança a muitos dos que abracem esta aventura.

Portugal, como já te venho dizendo, muitas das tuas soluções serão insólitas. Planear emigração não será uma actividade muito frequente, mas neste momento não tens alternativa. Aproveita o feliz casamento entre as tuas necessidades e as necessidades dos outros países e concretiza algo de proveitoso para todos.

Portugal as negociações a terem curso deverão ser pautadas por equilíbrio entre as partes. Ninguém deverá partir do pressuposto que está a fazer um favor ao outro. O interesse é de todos. Há que aproveitar o facto de não existirem relações de poder na natureza da actividade a exportar (ensino). Se por qualquer razão do lado dos países africanos surgirem vozes contrárias à ideia e se for invocado o fantasma de neo-colonialismo, então será fácil de destruir o argumento. Formar nativos no ensino básico e secundário e formar formadores nativos é um meio seguro de libertar um povo de qualquer tipo de dominância externa. Todos os países têm a ganhar se as novas gerações de Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, e Guiné-Bissau forem substancialmente mais instruídas.

Portugal não será de estranhar que se possa assistir a uma emigração de cerca de 100.000 pessoas neste programa. Claro que não sairiam todos de uma vez, mas o sucesso do programa poderá pressionar muitos Portugueses que andam meio perdidos a seguirem a via de ensino. Quem desespera estará sempre pronto a seguir a rota da esperança.

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