quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Portugal, solução (8)

QUINTA-FEIRA, 25 DE MARÇO DE 2010

Portugal, as tuas cidades de Lisboa e Porto deverão ser vistas de modo a que sejam consideradas as melhores cidades para se viver na Europa. Tenho a ideia de que Lisboa e Porto deveriam ter dezenas de milhares de residentes estrangeiros de rendimento médio / alto e alto. Isso seria positivo pelo seguinte:

1. Estrangeiro de rendimento médio / alto e alto é amigo do restauro do património histórico. Como os teus habitantes não são, genericamente, muito amigos da cultura arquitectónica herdada, então os estrangeiros poderão dar uma bela ajuda às tuas muito degradadas principais cidades.

2. Decorrente do ponto anterior muito trabalho seria necessário no capítulo do restauro de imobiliário (não construção), onde por acaso até tens muitas pessoas com as valências necessártias e que neste momento estão desempregadas. Farias um dois em um.

3. Estrangeiro é adepto da frequência de esplanadas e restaurantes. Lisboa e Porto não fervilham de clientes nestes estabelecimentos. Isso daria um colorido especial, o que em si só promoveria estas cidades como destino turístico. E já agora em muito contribui para o negócio local da restauração, coisa que os teus habitantes até nem se dão muito mal. Com o desemprego existente, e com a crescente percepção de que afinal servir à mesa até pode ser uma solução possível, então não será mal pensado ter muitos estrangeiros a viver em Lisboa e Porto.

4. Por norma quando existem num país residentes estrangeiros está garantido um fluxo contínuo de visitantes, sejam amigos ou parentes. Isto garante a entrada de mais turistas, coisa que tu bem precisas. E até serão pessoas que vêm todo o ano e não propriamente na época de Verão. E não te precipites com o NAL e coisas do género. Isto é gente que vem durante todo o ano e os picos do aeroporto da Portela em Agosto podem ser desviados para o Montijo, Tires ou Rio Frio.

5. Maior fluxo de estrangeiros significa maior necessidade na familiaridade com a língua inglesa, assunto muito relevante neste mundo globalizado. A história universal diz que ter um ambiente onde existam muitos estrangeiros nunca fez mal a ninguém. Isso até nem será novidade para Lisboa. Os séculos passados faziam de Lisboa um local de passagem obrigatório.

6. Maior fluxo de estrangeiros significa mais consumo de produtos culturais.

7. Maior fluxo de estrangeiros significa dinâmica. E dinâmica é, nos dias de hoje, e cada vez mais, um activo precioso.

Portugal, o efeito combinado de todos estes argumentos jogam no sentido positivo para o equilíbrio das tuas contas externas. Isto nunca pode ser perdido de vista. Lembra-te bem disto.

Considero um mistério porque esta opção nunca foi colocada de forma aberta. Parece-me tão óbvia, de casamento tão fácil com as tuas necessidades e valências, que só concluo que um orgulho magoado, silencioso, e desprovido de razão justifica o facto.

Portugal, geograficamente Lisboa e Porto são de uma beleza difícil de igualar. Têm mar, têm rio, têm campos de Golf, têm óptimos aeroportos lindamente bem localizados, têm excelentes restaurantes, têm imenso património e história, têm um clima e uma luminosidade fantástica (nomeadamente Lisboa), têm habitantes afáveis ao estrangeiro, têm razoável oferta cultural (que o estrangeiro por certo potenciaria), têm o campo muito próximo, são mais baratas do que a média das cidades europeias, estão bem servidas de estruturas viárias, etc. Falta-lhes basicamente mais e melhores transportes públicos, terem menos automóveis, e fiscalidade própria ao nível da aquisição e rendimento imobiliário, ambos assuntos importantíssimos e de que tratarei em “posts” próprios.

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