quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pouco a pouco

DOMINGO, 27 DE JUNHO DE 2010

Pouco a pouco a realidade vai marcando o seu passo e toldando as mentes para as novas decisões que terão que ser tomadas. A força da realidade é tal que os discursos dos políticos se tornam totalmente descabidos tal o seu distanciamento da realidade.

Temos o caso do actual Primeiro Ministro, expoente máximo de dissociação entre o Portugal real e os dislates que vão na sua cabeça. Só um político medíocre ainda diz que, na muito específica e única situação actual, a função de um político é transmitir confiança. Isto prova que o dito PM não entende:

1. a situação actual
2. o que é a confiança
3. o que os Portugueses precisam de ouvir

Há cerca de 70 anos, Churchill disse que só podia prometer suor, sangue e lágrimas. Não estamos em guerra, mas estamos numa situação em que seria aconselhável que os Portugueses ouvissem que temos (talvez) a maior dívida por habitante (pública mais privada) do mundo, temos (talvez) a menor taxa de fecundidade do mundo (significando que daqui a 20 ou 30 anos teremos, destacadamente, a maior dívida por habitante), e ainda nos julgamos ser (genericamente) mais do que aquilo que realmente somos, o que mais não é do que o resultado óbvio de quem consome acima das possibilidades durante um largo periodo de tempo.

Quando em Nova Iorque de visita ao museu de Ellis Island nunca me esquecerei como me iam tocando as gravações escritas sobre os testemunhos dos novos imigrantes que por lá passavam de quarentena. E retive uma, de um Napolitano. Dizia a pessoa em questão que quando embarcara pensava que na América todos eram ricos e que as ruas eram de ouro. E que cedo descobrira que estas não eram de ouro mas sim de terra. E ele era uma das pessoas que deveria pavimentá-la.

Portugueses, aterremos e mãos à obra, seja lá o trabalho que estiver disponível.

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