quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Shopping Centers

DOMINGO, 8 DE AGOSTO DE 2010

Na passada semana encontrei-me com um ex-colega de trabalho Holandês na cidade holandesa de Breda. Percorremos a pé o centro de Breda e ele foi-me mostrando as mais recentes obras de restauro da cidade. De entre outras coisas abriram o canal que fora encerrado algures no passado. Disse-me que a tendência tem sido o constante reforço de todos os sinais e elementos que são historicamente característicos da Holanda.

Enalteci o centro da cidade pela sua volumetria e respeito pela traça. Sem ser uma cidade deslumbrante, pareceu-me tudo equilibrado. Comentou-se as esplanadas existentes e de como elas se enchem quando está bom tempo. Retorqui que em Portugal as pessoas se concentram em shoppings centers. O surpreendido Holandês ficou um pouco atónito e disse-me que em Tilburg, a cidade mais próxima e que compete com Breda, no passado muito recente pensou em abrir um grande shopping center. Mas a população não gostou da ideia pelo facto de isso descaracterizar as localidades e a edilidade não levou a ideia para a frente.

Conheço a Holanda o suficiente para percepcionar o quanto aquela gente se dá bem com o conceito de comércio local e de bairro. Parecem até ser um pouco provincianos nos seus comportamentos em sociedade, mas paralelamente parecem-me bastante saudáveis com essa situação, e desconfio mesmo que andam pelo caminho certo.

Hoje, e após verificar o caminho que tomámos na matéria, questiono se essa foi a melhor opção. Eu sei que temos a questão complexa das rendas subsidiadas no comércio tradicional, e que isso impediu o desenvolvimento da oferta ao não estimular o comerciante tradicional na matéria de sofisticação do se produto / espaço. Mas o poder local também poderia ter sido mais exigente nesta matéria. O exemplo que tenho em mente é o tenebroso Cascais Villa no centro de Cascais quando confrontado com o centro comercial do centro de Maastricht. O primeiro tratou de violentar a entrada de Cascais, o segundo harmonizou uma zona nobre da cidade, tal a forma tradicional como foi edificado, todo ele respeitador da traça mas sem deixar de ser moderno.

Penso que os habitantes de Tilburg escolheram bem, e que nós errámos bastante nesta matéria. O futuro tratará de avaliar melhor as opções tomadas.

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