quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Incongruências

Diz Paulo Mendes Pinto no jornal Público sobre o resultado do referendo na Suiça sobre os minaretes

"Como podemos olhar para a Democracia quando a vemos ser usada pela extrema-direita como forma de a subverter? Sim, esta proibição, que corta direitos fundamentais de cidadania, foi aprovada democraticamente! E o Governo apela através da imagem para o exterior..."

Sem querer entrar por este assunto, sobre o qual não tenho opinião formada, quero só lembrar como as retóricas mudam ao vento dos interesses próprios. Se no pequeno texto acima substituissemos "extrema-direita" por "extrema-esquerda", se substituíssemos "esta proibição" por "o aborto", o que diria a esquerda sobre um texto deste tipo assinado por um defensor da Vida? A berraria seria certamente grande.

Note-se o seguinte, a esquerda acha que pode agir e falar com total impunidade, que pode submeter-se a todo o tipo de incongruências ao não cuidar minimamente sobre a forma como se exterioriza, o que aliás mais não é do que o sintoma da arrogância e da crença de que os fins justificam os meios. Sobra a questão: o que leva a que haja este embevecimento por parte dos meios de comunicação e de muita opinião pública.

Nota: não pressuponho que todas as pessoas de esquerda são favoráveis à interrupção voluntária da gravidez e dos minaretes e todas as pessoas de direita são o seu contrário. Tão pouco acredito muito na dicotomia esquerda/direita.

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