quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O que vão os desempregados decidir daqui a 2 anos?

Quarta-feira, 18 de Novembro de 2009
Segundo o relatório do INE

“A taxa de desemprego estimada para o 3º trimestre de 2009 foi de 9,8%. Este valor é superior ao observado no período homólogo de 2008 em 2,1 pontos percentuais (p.p.) e ao observado no trimestre anterior em 0,7 p.p.. A população desempregada foi estimada em 547,7 mil indivíduos, verificando-se um acréscimo de 26,3%, face ao trimestre homólogo, e de 7,9% em relação ao trimestre anterior.”

Infelizmente as previsões indicam-nos que o número de desempregados pode subir para valores entre 650 a 700 mil pessoas. O conhecimento que temos da economia diz-nos que com esta a crescer após uma recessão o desemprego ainda aumenta durante o início da retoma.

No entanto, e para Portugal, talvez ocorra um fenómeno de excepção, o que a ocorrer é muito preocupante. Se a economia não recuperar tanto quanto se espera a reboque da retoma mundial (o cenário mais provável), o número de desempregados tenderá a manter-se em níveis anormalmente elevados. E desta vez nem muita margem existe para nos socorrermos de medidas expansionistas, nomeadamente aumento do investimento público, devido a limites de endividamento e ao custo da dívida corrente.

Os Portugueses vão sentir que estão de facto entregues a si mesmo, o que, sendo dramático para muitos (vai sê-lo, de facto), pode despoletar e forçar uma mudança de mentalidade quanto à atitude face à procura de trabalho. Isto é válido para os casos de pessoas que se têm recusado a aceitar determinados trabalhos. Vai ocorrer um braço de ferro mental entre aceitar ou não um novo trabalho em detrimento do subsídio de desemprego. Até agora a balança foi sendo favorável à opção pelo subsídio de desemprego. Mas como os cenários futuros vão ser substancialmente mais cinzentos veremos se não pesará mais a vontade de agarrar um trabalho, ainda que este seja inferior às expectativas.

Mas poderemos ainda observar uma opção de fuga à mudança de mentalidade através uma nova vaga de emigração, ou seja, se é para aceitar o que me envergonha, ao menos que seja lá fora onde ninguém me vê e onde ao menos me pagam muito mais.
Veremos o que os desempregados vão decidir daqui a 2 anos.

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