quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quem não sentiu a crise que se prepare agora

SEGUNDA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2009

Esta crise, ímpar, ainda não chegou a todos os Portugueses. A maioria, aqueles que não perderam trabalho, foram até brindados pelas circunstâncias. De entre outras coisas, viram os preços da gasolina / gasóleo cair, e viram o preço da prestação da casa descer bastante devido à baixa das taxas de juro. E ainda por cima viram a inflação descer abaixo de zero. Cumulativamente, e porque a procura total se reduziu, têm vindo a beneficiar de enormes descontos, desde grandes descontos nas grandes superfícies até a ofertas fantásticas de pacotes de férias e fim de semana. Tudo isto tem sido um autêntico brinde para quem trabalha.

As estatísticas vêm confirmando que a taxa de poupança tem subido bastante. Isto sugere que as pessoas que não perderam o seu trabalho afectam grande parte, ou a totalidade, destes ganhos em produtos de poupança. Decisão genericamente, e a meu ver, correcta. E até macroeconomicamente saudável porque não pressiona as nossas necessidades bancárias de financiamento externas.

No entanto, e a prazo, os juros irão subir. Também irá subir o preço dos combustíveis (este mais cedo). A inflação irá ser positiva e os salários irão manter o nível actual. Ou seja, os orçamentos familiares serão de novo mais reduzidos para quem tem trabalho.

Quem não sentiu a crise irá senti-la agora. Não tanto quanto os que a vão sentido agora, os que desafortunadamente caíram numa situação de desemprego. Sentirão muito menos, mas no entanto são muitos mais. E são estes que comandam o consumo privado interno. Tomara que decidam bem, ou seja, que continuem a poupar tanto quanto possível. Por eles e pela economia.

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