quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Acordos com o PSD!!!!!!! Não obrigado. Outro CDS é preciso

DOMINGO, 30 DE JANEIRO DE 2011


Paulo Portas piscou o olho ao PSD. O PSD gostou do sinal. Fica na ideia que o PSD e o CDS se poderão entender, o que, em abstracto, configura que o próximo governo poderá surgir da coligação desses dois partidos.

As coligações em política, e não só, são algo de natural, e até desejável. Só que há momentos da história de um país em que as coligações não são desejáveis. Ou pelo menos algumas.

Penso que no caso presente o CDS não tem que se tentar aliar ao PSD. Portugal encontra-se em fase de balanço de sistema. E nestas alturas o que um país precisa é de rumos claros que cada partido apresenta. Dentro de 4 anos Portugal faz 40 anos de socialismo, e da mesma forma que se fez o balanço de quase 50 de ditadura, preparamo-nos para fazer o mesmo relativamente ao socialismo.

A missão do CDS é perfilar-se como partido autónomo e que em muito pouco teve que ver com estes 40 anos (agora ainda 36) e com os 50 anos anteriores. O CDS tem que surgir como o natural partido de poder de uma época em que o indivíduo e a sua expressão responsável dentro de organizações surgem como a forma natural de vida e de crescimento enquanto pessoa. O sucesso no futuro depende da perfomance individual e colectiva e de uma gestão clara dos recursos escassos. O socialismo não responde a este desafio pois trata-se de um sistema que pouco mais produziu senão dívida e uma teia de interesses corporativos à volta do orçamento difíceis de imaginar nos primórdios da democracia.

O CDS precisa de definir muito claramente a sua missão. Ou não acredita que poderá ser no futuro uma força natural de governo em situação de maioria, e aí opta por estratégias de “piscar de olhos” ao PSD. Este é o CDS de Paulo Portas. Isso já aconteceu e está de novo na calha. Paulo Portas até se comportou bem na aliança com o PSD no passado, ao invés do PSD que teve um comportamento político deplorável ao fornecer um Primeiro Ministro que fugiu e ao escolher um substituto com um perfil inacreditável.

Ou então o CDS acredita que o balanço ao socialismo vai ser feito, e então terá que tratar de se propor ao eleitorado como força que disputa eleições de igual para igual (sim, falo em votações na ordem dos 30 a 35% e não em vitórias suadas a 12 ou 15%).

Não é esta liderança a melhor para enfrentar os novos tempos que aí vêm. Esses tempos exigem uma resposta totalmente não-socialista. Tem que ser outra liderança que acredite nessa visão. Para isso há que pensar como no futuro se deverão construir governos, como construir um núcleo duro no partido pensante numa lógica diferente da actual, produzir uma liderança, e elaborar programa de governo independente e baseado em soluções concretas para Portugal assentes num modelo liberal de responsabilidade individual e colectiva.

Para isto é preciso iniciativa, e, muito importante, desafiar o partido a optar por outra liderança. Ela tem que aparecer, seja no futuro próximo, seja a médio prazo. Tudo para que o CDS governe Portugal.

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