quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Uma questão mal colocada

SÁBADO, 27 DE NOVEMBRO DE 2010

Muito se fala sobre a inconsciência do homem em danificar o planeta em nome de um certo modo de vida que nasceu no Ocidente mas que o resto do mundo persegue a toda a velocidade. Desde há uns anos que muitos ambientalistas vêem chamando a atenção para a irreversibilidade dos danos que causamos. E muitos vão mais longe e vaticinam mesmo o colapso da vida na Terra tal e qual como a conhecemos. Sem dúvida aterrorizante se tiverem razão. Custará a imaginar o que seria o desaparecimento do Homem como ser vivo deste planeta, mas em boa consciência não deveremos descartar essa eventualidade se isso for relevante para comportamentos menos danosos ao equilíbrio do ambiente.

Pessoalmente não faço ideia de quem tem razão nesta questão. Sei que do lado dos ambientalistas emerge, evidentemente, muito alarmismo. E que do outro lado há confiança a mais sobre o modo como lidamos com o ambiente, o que em si tenderá somente a gerar desmazelo.

No ano de 2010, e com o que sabemos (ou julgamos saber), não me importa muito quem tem razão. Isso pouco resolve. No limite é cair num exoterismo que não elucida sequer o especialista e só confunde o vulgar Homo Sapiens. Neste ponto o que falta é colocar bem a questão. E nestes casos nada como dotarmo-nos de toda a simplicidade na formulação da questão mais básica. Para isso socorramo-nos do instinto de sobrevivência e formulemos a seguinte questão:

“Será que o actual modo de vida e a consequente forma de exploração dos recursos naturais nos pode conduzir à extinção com uma elevada dose de probabilidade?”

Esta é a questão. Se a probabilidade for de 10% eu acho o facto perfeitamente aterrorizante. O meu instinto diz-me que a probabilidade pode até ser maior. Ainda que a Verdade possa não estar com os ambientalistas (desiderato pavoroso se for possível provar que a extinção está para breve) tratemos de acabar com o debate exotérico, ouçamo-los com modéstia, e tratemos de mudar radicalmente de modo de vida e a forma de exploração dos recursos naturais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário