quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Apetências Célticas

QUINTA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2010

Há uns tempos atrás escrevi sobre o facto de notar que se vêem poucas crianças e bebés nas ruas de Portugal. Nada de estranhar, é a nossa taxa de fertilidade de 1.3 a funcionar desde 2000 (embora no início deste século ainda fosse um pouco acima deste valor).

Encontro-me na Irlanda neste momento e é com alegria que colhi como uma das primeiras impressões o facto de existirem muitas crianças e bebés. Na empresa onde presto serviço aparecem sempre grávidas nas reuniões. As fotografias de família no local de trabalho são sempre muito preenchidas com crianças e é muito frequente falar-se dos filhos.

Não sei em rigor a taxa de fertilidade da Irlanda. Francamente não me preocupa muito pois deve ser suficientemente expressiva para garantir a manutenção da população da ilha e para garantir os equilíbrios mínimos que a sociedade ideal de hoje, como a imaginamos, impõe. Que convém lembrar que essa sociedade ideal deverá fornecer bons serviços de saúde e reforma a tempo e num montante razoável. Portugueses, com 1.3 vamos no mau caminho.

Francamente custa a interiorizar esta nossa recente apetência para a procriar pouco. Sei que a vida não é fácil nas empresas e que isso gera muitos constrangimentos que reduzem a apetência para ter mais filhos. Sei também que nos urbanizámos de um modo nada convidativo a formar prole. Aqui na Irlanda é tudo muito rural e isso cria um ambiente mais propício à expansão da família. Mas também sei que os Portugueses têm ainda muitas expectativas materialistas consideradas prioritárias.

Particularmente temos que rever as nossas expectativas. Publicamente temos que tratar da nossa urbe. Politicamente temos que trabalhar no sentido de combater eficazmente um certo neo-esclavagismo reinante nas empresas. Até lá um grande bem haja aos Irlandeses.

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