quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Está na hora de Portugal utilizar a democracia

SEGUNDA-FEIRA, 13 DE DEZEMBRO DE 2010

A democracia serve para um povo optar qual o caminho que pretende para o futuro. As eleições servem esse propósito. Os partidos têm um poder desmesuradamente grande para as capacidades que consigo carregam. Estão neste momento literalmente atulhados de gente muito pouco recomendável e ao serviço de muitas agendas mais ou menos invisíveis. Por isso a escolha que fazemos é muito importante. Como se tem provado que há muito bandido em todos os partidos, há que pelo menos não errar no voto, ou seja, temos que votar naquele partido que oferecer melhor política e sistema económico e financeiro para o país. A prova disto é que o preço de más escolhas políticas dos últimos 25 anos está agora a saltar à vista.

As duas próximas eleições legislativas são das mais importantes desde que estamos, muito felizmente, em Democracia. Basicamente vamos escolher em que termos se fica na zona euro ou se saímos de lá. Há três hipóteses:

1. Saímos da zona euro se escolhermos uns trastes para nos governarmos. Cabe aqui o PS de Sócrates e os inconscientes de esquerda. Como já muito bom economista da nossa praça explicou esta opção conduz-nos para uma verdadeira catástrofe económica e social nos cinco anos que se seguem à saída do euro. E “catástrofe” não é um conceito exagerado para o que se seguiria, talvez até seja parcimonioso. Neste cenário, uns dez anos depois, talvez até nos “safemos”, mas seremos sempre genericamente pobres.

2. Ficamos na zona euro em modo de cozedora em lume brando. Para isso votemos no PSD ou no actual CDS. Por lume brando quero dizer que ficamos no euro a reboque de políticas ditadas por Berlim e Bruxelas, o que quer dizer que funcionaremos acocorados e segundo ditames que não seguem nenhum rumo específico, ou seja, sujeitos a medidas destituídas de fundamento político e com o único objectivo de manter as contas controladas (com pequenos excedentes, obviamente). Garantimos um nível de pobreza razoável e seguramente tendencialmente crescente. Lá para 2050 talvez as gerações seguintes possam ver a luz ao fundo do túnel.

3. Ficamos na zona euro mas tomamos medidas duras para os próximos cinco ou seis anos que nos permitam sanear financeiramente. Para isso há que votar num outro CDS que ainda não apareceu. Corte nos ordenados da função pública na ordem dos 20%, subida do imposto automóvel, produtos petrolíferos e tabaco (na ordem dos 40 ou 50%), e despedimentos genéricos na função pública de quem está a mais. Parece duro, mas medidas desta natureza são um oásis quando comparadas com a catástrofe que ocorreria se saíssemos do euro. É bom que tenhamos isto em muito boa conta.

Segundo a cartilha dos Sócrates & Cª não é recomendável ir pela terceira hipótese porque nenhum povo vota nessas opções. Eu penso de maneira diferente. Se o povo for claramente confrontado com as opções e se tiver “opinion makers” à altura penso que é possível a Democracia nos prestar um excelente serviço. Pelo que leio penso que temos um leque de excelentes “opinion makers”. As nossas universidades têm um batalhão de excelentes pensadores que conhecem bem o que se passa em Portugal. E lá fora temos também muitos professores universitários também conhecedores do que se passa. Toda esta Academia de gente tem escrito artigos de muito bom juízo e que governante que se prezasse leria e sublinharia mais do que uma vez.

Dado que uma mudança de liderança séria e capaz ser muito improvável de acontecer no PS e PSD, resta ao CDS fazer o trabalho de casa. Para isso tem que arranjar uma equipa e substituir a actual liderança. O povo que faça depois o resto com o seu voto.

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